Avaliativa, mas ainda assim uma prova.
Chego à faculdade duas horas mais cedo. Preciso revisar o conteúdo pela vigésima vez.
Parece-me que a certa altura nada mais assimilo e a definição de súmula, jurisprudência, lei perfeita, mais que perfeita e doutrina dançam em volta das cadeiras para ver quem vai conseguir sentar em minha memória quando a música parar.
Ás 19h temos acesso à sala e, inutilmente tento me acalmar. Enquanto ouço os colegas em seus flashbacks revisarem tudo, respiro e imagino que estou segura de que estudei muito, que sei a matéria e que a professora será piedosa. Mais ou menos como uma auto ajuda, detenho-me aqueles instantes de ansiedade.
Ela entra na sala e entrega as provas. Leio as questões facílimas e a redação vem imediatamente. Feliz como uma criança em uma loja de doces, começo a reunir as ideias para começar. Posiciono o papel quase de cabeça para baixo (assim escrevo melhor), mas ela não para de falar.
Breve segundo de silêncio e inicio o parágrafo definindo Direito e Moral, quando esta resolve fazer a chamada.
Sabe quantos alunos tem em minha sala? Não sabe? Nem eu, mas a chamada não termina nunca e a redação vai escorrendo por meus dedos como areia.
Tento novamente começar, mas ainda estamos na letra 'D'. Entro em desespero total.
Coloco a caneta sobre a mesa e decido esperar.
Letra 'M'... Letra 'R'... Letra 'T'... Meu Pai isso nunca terá fim. Letra 'V'... Letra 'Y'!!!!!!
Fim da chamada e o tão esperado silêncio começa.
Respiro e as ideias, a essa altura completamente embaralhadas vão tentando formar fila, mas ela é como as do ginásio, não alinhadas.
Escrevo, rabisco, escrevo de novo, rabisco, coloco entre parênteses, rabisco.
Em SÚMA (ou seria SÚMULA) minha prova mais parece uma ginasial para combinar com a fila das ideias e desordenada e é toda rabiscada como se cinco anos tivesse.
Não pude nem me desculpar... entrego a prova com cara azeda e espero que a professora tenha misericórdia. :)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário e me faça feliz :)